Um homem chamado cavalo

Década de 80. Rua Bento Frias, nas proximidades do Jockey Club de São Paulo. Uma figura folclórica sempre aparecia nos bares das redondezas. Era o Homem Cavalo. Nos sapatos, usava ferraduras. Nos fundilhos da calça, costurou um rabo postiço. Um manta cobria seus ombros. Às vezes, até relinchava, para o delírio dos cavalariços. E foi um deles que, certo dia, perguntou:

– Se você é mesmo um cavalo, por que não vai puxar uma carroça?

De bate-pronto, o Homem Cavalo respondeu:

Eu sou cavalo, não um burro!

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