Dormindo com o rato e roncando na enchente

ronco do cabeça

Ele é um romeiro dos brutos. Na sela de um cavalo ou numa mula, cavalga vários quilômetros. Sempre alegre e incansável. Dorme na trilha, no meio do mato ou em qualquer pouso sem as mínimas condições de conforto. Tem uma grande qualidade: sempre que pode ajuda os mais necessitados. Mas, como todo mundo, também seus defeitos. O principal deles é a falta de organização, além da descontração no “urtimo”. Ele morou muito tempo junto com amigos em pequenos ranchos na cidade de Vargem Grande Paulista (SP). Um deles conta que nosso personagem dormia em seu quartinho e, à noite, aparecia um rato e mordiscava o tornozelo do peão. Em vez de ele mesmo dar um jeito na situação, começou a dormir com um gato que, depois de algumas noites, deu um fim no camundongo. Certa época choveu muito e seu colega de quarto, preocupado, pois a área alagava, perguntou se estava tudo em ordem.

Com voz de sono, nosso “Cabeça” respondeu:

– Tudo bem não há problema nenhum…

Desconfiado, o amigo, que estava em sua casa, em São Paulo, foi conferir.

Chegando no local, presenciou a cena. Com o quarto cheio de água barrenta quase cobrindo os pés da cama. E o nosso personagem não estava nem aí. Roncava, estremecendo as paredes do ranchinho Pocotó.

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